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Paulo Braga
DISTORÇÕES COGNITIVAS
A distorção cognitiva – “erros de pensamento” ou erro lógico – é um padrão rígido de processamento de informações, resultado das interpretações que o sujeito faz sobre seu cotidiano. Esse processamento interfere no modo de pensar e agir sobre possíveis eventos ambientais como: visões negativas da vida e seus acontecimentos futuros.
São formas de pensar, que aprendemos durante a vida, mas que não correspondem à realidade em sua totalidade. Elas podem gerar sofrimento para o indivíduo e/ou para quem convive com ele. Todos nós fazemos, mas podemos aprender a prestar atenção a essas distorções, avaliar com base em evidências nossos pensamentos e, assim, pode-se ter ganho em qualidade de vida.
A seguir, temos os tipos de distorções cognitivas descritas na literatura:
1. Pensamento tudo-ou-nada: é um pensamento polarizado, dicotômico. A situação é vista em apenas duas categorias, em vez de em um contínuo.
Ex: “Se eu não for um sucesso total, eu sou fracasso”; “Ou você é o melhor ou é um perdedor”
2. Catastrofização: é uma previsão negativa do futuro, sem considerar outros resultados mais prováveis. Acredita-se que o que aconteceu ou vai acontecer é tão terrível e insustentável que não será possível suportar aquilo.
Ex: “Eu ficarei tão aborrecida, que não serei capaz de agir direito”; “Se eu não conseguir entregar esse relatório, com certeza irei ser despedida e passar fome”.
3. Argumentação emocional: os sentimentos guiam a interpretação da realidade. Você pensa que algo deve ser verdade porque você “sente” isso de maneira tão convincente, que acaba ignorando ou desconsiderando evidências contrárias.
Ex: “Eu sei que faço muitas coisas certas no trabalho, mas eu ainda me sinto como se eu fosse um fracasso”; “Eu sei que isso não é verdade, mas eu ainda sinto que …”
4. Rotulação: coloca-se um rótulo global e fixo sobre si mesmo ou sobre os outros, sem considerar que as evidências poderiam ser mais razoavelmente conduzidas a uma conclusão menos desastrosa.
Ex: “Eu sou um perdedor”; “Ela não presta”; “Ele é um caso perdido mesmo”.
5. Magnificação/minimização: avaliação de si mesmo, de outra pessoa ou de uma situação, de maneira a aumentar muito seu aspecto negativo e/ou diminuir muito o positivo.
Ex: “Receber uma nota medíocre prova quão inadequada eu sou. Obter notas altas não significa que eu sou inteligente”; “Eu até consegui fazer tudo que precisava, mas esqueci uma pequena coisa”
6. Abstração seletiva ou filtro mental: presta-se atenção indevida a um detalhe negativo ao invés de considerar o quadro geral.
Ex: “Eu recebi um crítica (de 8 elogios), por isso sou um funcionário ridículo, horrível”
7. Leitura mental: sensação de saber o que os outros estão pensando, falhando assim ao considerar outras possibilidades mais prováveis.
Ex: “Ele está pensando que não sei nada sobre esse projeto”; Aposto que estão rindo de mim na cabeça delas”; “Achei que você tivesse percebido o que eu queria!”; “Ela está pensando no ex, com certeza”.
8. Supergeneralização: fazer uma conclusão negativa radical que vai muito além da situação atual.
Ex: “Porque eu me senti desconfortável na festa eu não tenho o que é necessário para fazer amigos”; “Fui traída uma vez. Todos os homens são iguais!”; “Eu quebrei um copo, não consigo fazer nada direito”.
9. Personalização: ocorre quando a pessoa guarda para si mesmo a inteira responsabilidade sobre um evento que não está sob seu controle.
Ex: “O encanador foi rude comigo porque eu fiz algo errado”; Eu não cuidei bem do meu filho, por isso ele tropeçou e quebrou o pé”.
10. Declarações “eu deveria” e “eu devo”: possuir uma ideia exata estabelecida de como você ou os outros deveriam comportar-se e, então, há uma superestimação de quão ruim é se essas expectativas não forem alcançadas.
Ex: “É terrível que eu tenha errado. Eu deveria dar sempre o melhor de mim”; “Eu devo me manter alerta o tempo todo para meu desempenho não cair”